Olá leitores desse (ou deste, questão de gramática duplamente aplicável) excelentíssimo blog!
Meu nome é Lucas Machado, um dos atuais colunistas. Minha coluna trata basicamente de tecnologia, tarefa essa a qual tentarei aliar a minha diversão com informação para você. Então vamos do começo...
Quando me surgiu esse convite, foi me dada a missão de lidar com um dos meus passatempos favoritos: vídeo-games.
Pensei bem... Pensei mais um pouco... Cocei um pouco a barba... E lógico, aceitei imediatamente!
Então, recebido de braços abertos, com minha missão em mãos, resolvi começar pela minha área de maior experiência e falar de um game recente, que é um grande sucesso de crítica, mas mais importante, tem uma história magnífica, a qual quero compartilhar: UNCHARTED 3 Drake’s Deception.
Sim, haverão MUITOS spoilers das aventuras narradas aqui, mas acredite: vou me esforçar em lhes entregar uma bela experiência de leitura. E espero que gostem do formato que tentarei implementar por aqui.
Primeiro, vamos a área “técnica”.
Uncharted 3: Drake’s Deception é, como dá para imaginar, o terceiro título da aclamada série Uncharted, sendo sequência direta do também queridinho da galera, Uncharted 2: Among Thieves.
O game mantém a tradição de ser globalizado, atravessando belíssimas locações ao redor do mundo, sempre com um deleite visual indescritível.
Retomando as aventuras do herói Nathan Drake e sua imparável obsessão, perseguindo as pistas e segredos do corsário/navegador/pirata a serviço da Rainha, Francis Drake, atravessamos cenários urbanos de Londres, florestas na França, ruínas de cidades abandonadas no deserto de Rub’ al-Khali e passamos até por Cartagena, Colômbia, para um flashback do jovem e já acrobático e fascinante Nathan Drake.
Então vamos lá, amiguinhos? É HORA DE JOGAR!
“Todos os homens sonham, mas não da mesma forma. Os que sonham a noite, nos recessos poeirentos de suas mentes; acordam de manhã, para verem que tudo afinal não passava de vaidade. Mas os que sonham acordados, são homens perigosos. Pois realizam seus sonhos de olhos abertos, tornando os possíveis. Isso eu fiz.”
T.E. Lawrence (Lawrence da Arábia)
O game começa com essa citação quase enigmática do conhecido livro “Os Sete Pilares da Sabedoria”. E a partir dela, vamos a aventura.
A cidade de Londres, com sua aparência úmida e fria. Um dos famosos táxis pretos passa pelo pelos personagens, jogando um pouco de água de uma pequena poça sobre a calçada. Continuam a caminhada inabaláveis. Nathan Drake, trajando roupas escuras e muito bem alinhadas, sapatos pretos e lustrosos, camisa branca, calças e blazer preto, mas mesmo assim ainda desleixado, com sua barba por fazer. Era acompanhado de perto por seu mentor e amigo, Victor “Sully” Sullivan, trajando roupas parecidas, de tom cinza. Se dirigiam a um bar, ou diria um “pub” típico do Reino Unido, com pessoas bebendo no balcão, outros jogando sinuca e alguns brincando com dardos. Finalmente adentravam o local. Olharam em volta. Todos ali pareciam tensos, rudes talvez. Ignoraram o fato, estavam ali por outro motivo. Passaram por todos e subiram as escadas, se dirigindo a uma área mais privativa do bar, uma sala grande, com mesa de sinuca, algumas mesas, vista para o exterior e uma vidraça que permitia ver o balcão.
-Hands up - Disse um homem calvo, de traços fortes e olhar concentrado. Seu sotaque parece escocês.
O escocês revistava Sully e Nathan; Nathan pareceu incomodado:
-Enjoying yourself pal?
Perguntou sarcástico.
-Oh yeah, you’ re a comedian...
O escocês passou a revistar Sully.
-Nice warm welcome.
Um sorriso cínico e um tom sarcástico de Sully na afirmação.
-They’re both clean.
Afirmou o escocês, se virando para alguém que adentrava a sala.
Um homem de terno cinza escuro e gravata se aproximou da mesa. Logo disse:
-I’m sorry. One can’t be too careful.
Sully continuou:
-I guess you’re Talbot?
Talbot retrucou:
-Mr. Sullivan. And... (olhou para Nathan) Mr. Drake.
Nathan respondeu:
-That’s right.
Talbot perguntou:
-Do you have it?
Sully interveio:
-Let’s, uh, see the money first...
Talbot deu um sinal com a cabeça chamando o Escocês do início:
-Cutter.
Cutter lhe traz a maleta. Talbot a abre e vira para Nathan e Sully verem o montante.
Talbot diz:
-It’s all there. - Um sotaque tipicamente britânico.
Nathan e Sully se entreolham, procurando algo errado.
Talbot:
-Now, let’s see it...
Nathan puxou o anel pendurado em um cordão que levava consigo no pescoço.
Talbot segura o item, e afirma em seguida:
-I’ll need to authenticate it...
-Of couse... - Nathan respondeu.
Talbot, com uma lente de aumento em mãos, olhava o anel:
-Silver... 16th Century...
Enquanto isso Nathan pegou um dos maços de dinheiro na mão, olhando cuidadosamente aos detalhes das notas.
Talbot continuava:
-Elizabethan design... Inscribed with Sir Francis Drake motto...
Sully se aproximou mais da mesa.
Talbot terminou:
-Well, it appears to be genuine...
-Well, of course it’s genuine... - Dizia Sully, com seu tom de voz debochado e voz rouca.
Talbot então pergunta:
-If I may ask, how did you two come into this?
Sully responde:
-Does it matter?
Talbot sorri de forma irônica.
-My client will be very pleased...
-Hold on a minute! - Sully, this is fake! - Nathan afirmava com parte do dinheiro em mãos.
Sully toma a lente de aumento das mãos de Talbot para examinar as notas de dinheiro. Uma checagem rápida, mas antes, Talbot tentava dizer algo:
-I assure you, Mr. Drake...
Não teve tempo de terminar, Sully continuou:
-Woah, woah... You’re right! This is phoney as a 3 dollar bill! What the hell are you trying to pull up here?
-Perhaps I should be asking you... - Talbot respondeu, incisivo.
-This is bullshit! - Nathan afirmou, nervoso. Empurrou a maleta de volta e puxou seu anel que estava sob a mesa de sinuca. Talbot tentou impedí-lo, colocando sua mão sobre a de Nathan.
-The deal’s off, pal. - Nathan olhou nos olhos de Talbot e afirmou, puxando seu anel de uma vez.
-And you - Sully apontou para Talbot enquanto falava - You can tell your client you blew it. C’ mon Nate, let’s get the hell outta here.
Se viraram para a porta, saindo do local.
-You’re not really in a position to negotiate. Now give me the ring, take the case, and walk out of here like gentlemen. While you still can. - Disse Talbot, com uma expressão séria no rosto.
Cutter se virou para Nathan nesse momento:
-Do as the man says, son...
Cutter empurra Nathan de volta em direção a mesa. Enquanto outros empurram Sully também. Nathan se virou nervoso para Talbot:
-You’re a thief!
Talbot, com um sorriso cínico:
-Now... That’s ironic...
Nathan olha rapidamente para Sully, que confirma com a cabeça. Nathan pega um taco que estava na mesa e o arrebenta no capanga mais próximo.
Sully faz o mesmo. Talbot pega a maleta e corre dali, enquanto uma briga começa no local.
Nesse momento finalmente ganhamos controle sobre Nathan, após uma cutscene tão tensa e direta que te faz imediatamente odiar Talbot.
Nathan é um personagem carismático, e é muito fácil se identificar com ele. É um homem de aparência comum, barba por fazer, cabelos escuros com um topete mal arrumado, e a não ser pelos olhos claros com um brilho quase infantil e punhos furiosos por uma boa pancadaria, se passaria facilmente por algum amigo ou conhecido qualquer. Sully é também facilmente identificado como a figura paterna que cuida de Nathan, ou “Nate” como ele costuma dizer. Ambos são “porradeiros” e rapidamente eliminam os inimigos do bar. Não importa a dificuldade em que se jogue, Nathan exige do jogador somente algum reflexo para desviar de golpes, e timing de ataque para causar mais danos. O combate se baseia em três botões, é bem simples de aprender, e até intuitivo, eu diria. A parte mais divertida do combate e confusão no bar logo chega, e serve para colocar em cheque tudo o que você aprendeu enquanto enchia capangas de pancada. Um “boss” aparece, e como devia ser, manda o nosso herói baixinho pela janela!
(A aparência física de Nathan é bem próxima do ator que fez o Mo-Cap e dublou sua voz, Nolan North, que tem 1,83m de altura. Mas Nathan não parece ser tão alto).
Costumo dizer que Nathan tem uma péssima mania de aterrisar em mesas de madeira com a cabeça, e isso acontece! É arremessado pela vidraça, caindo sobre uma mesa pelo tal boss!
Lá embaixo, mais pancadas, aprendemos esquivas e contra-ataques, e o boss, sendo gentil e meigo como é (e com seus mais de 2 metros, provavelmente) joga Nathan com um empurrão para dentro de um banheiro, onde ele bate com a cabeça no urinol. Essa briga é extremamente divertida, pois se baseia basicamente em esquivar e contra-atacar, lhe dando uma visão bem cinematográfica da briga, não exigindo muitos botões.
Apesar de divertida, é bem curta, pois Nathan é bem casca grossa e não desiste fácil. O boss sucumbe a uma pancada que Nathan lhe dá usando a tampa de louça da descarga. Saímos do banheiro com um Nathan cambaleando, boca cortada e com certeza tonto. Sully abre caminho em direção aos fundos do bar, onde enfrentam mais alguns inimigos na cozinha, nada complicado. Finalmente estão do lado de fora, onde acontece mais uma cutscene.
Mas isso fica pra próxima! Por enquanto isso é o que vocês precisam saber da história desse game gigante (ou seja, muitas semanas de Uncharted por aqui!) e extremamente viciante. Espero que tenham gostado, pois vou contar mais aventuras de partes marcantes do game por aqui, até que convença todos vocês a comprá-lo!